Educação Inclusiva: Roteiro para sondagem na Educação Infantil

21/02/2020

Fabiana Leme de Oliveira

Foto: crianças pintando no papel pardo, no chão
Foto: crianças pintando no papel pardo, no chão

A educação infantil é uma etapa de ensino muito importante no desenvolvimento de várias habilidades fundamentais para toda a trajetória escolar de todos alunos, principalmente de alunos com deficiência ou com autismo.

Muitos professores se perguntam sobre como avaliar e criar um plano de ensino individualizado para estimular e ampliar o desenvolvimento desses alunos. 

É possível? Sim! é possível vamos à algumas orientações:

A observação deve ser investigativa, sempre!


Foto: criança observando flor branca com uma lupa
Foto: criança observando flor branca com uma lupa

Meu aluno com autismo sabe cores? Aquela aluna com síndrome de Down já reconhece figuras iguais, ou letras e números?

Essas questões iniciais precisam ser ampliadas numa observação investigativa. A observação e a sondagem pedagógica não é uma simples constatação do a criança sabe e do que ela não sabe. 
Mais do que isso observar de forma investigativa significa levantar hipóteses de como cada criança aprende e seguir seu processo de aprendizagem e seu desenvolvendo conhecendo os diferentes canais de aprendizagem que cada uma utiliza.
Crianças com deficiência ou com autismo também aprendem por diferentes canais e formas não há padronizações.
Realizar uma sondagem pedagógica investigativa significa estar atento às pistas e às rotas de aprendizagem de cada um para realizar diferentes intervenções para estimular a aprendizagem e o desenvolvimento nessa importante etapa do desenvolvimento infantil.

A criança com deficiência ou com autismo também apresenta rotas de aprendizagem individuais. Sim, elas aprendem! 

O que observar na educação infantil? 

O foco na educação infantil é o desenvolvimento geral das crianças. 

Esse desenvolvimento precisa ser considerado de forma ampla e não só as habilidades escolares.
 Em sua observação leve em consideração:

  • Socialização (como se relaciona com os colegas nos diferentes espaços?)

  • Autonomia (autocuidado, higiene, alimentação, compreensão da rotina)

  • Coordenação motora ampla (subir escadas, correr, saltar)

  • Coordenação motora fina (pegar objetos pequenos, segurar o lápis, abrir mochila, amarrar sapatos)

  • Aprendizagem de conceitos básicos (cores, formas, igual, maior, menor, diferente)

  • Linguagem (compreensão do que é dito, saber expressar-se, trocas na fala)

  • Conhecimentos escolares (escrita do nome próprio, rimas, letras e números)

Mantenha um registro de suas observações

Foto: Caderno aberto e as mãos de alguém escrevendo
Foto: Caderno aberto e as mãos de alguém escrevendo

Manter um registro de suas hipóteses sobre o processo de aprendizagem dos alunos é importante, mas no caso de alunos com deficiência ou com autismo é fundamental! 

Não estamos falando de um registro formal ou burocrático, mas sim de uma proposta onde você possa escrever: 

  • O que você observou sobre a aprendizagem ou comportamento de seu aluno?
  • Qual foi sua intervenção diante do que observou?
  • Qual foi a reação do aluno ou aluna?
  • O que você sentiu diante dessa resposta?
  • Levantou a necessidade de estudar algum conteúdo específico para entender melhor como intervir? Qual tema?
  • O material utilizado atendeu suas expectativas de aprendizagem? Se não, quais outros você pensaria ou com quem pode conversar para ter outras ideias?
  • Quais pré conceitos você acabou revisando? Quais novas hipóteses você levantou?

Priorizando objetivos de aprendizagem individuais

Nem toda criança com deficiência ou autismo necessita de um planejamento individualizado. 

Muitas vezes os objetivos e estratégias desenvolvidos com a turma já contemplam seu desenvolvimento, mas quando o aluno apresentar atrasos em seu desenvolvimento precisamos estabelecer um Plano de Desenvolvimento Individualizado (PDI) para que a nossa avaliação e o planejamento de estratégias seja coerente com nossa observação.

Este plano deve conter informações sobre:

Histórico clínico atualizado

Contexto familiar

Profissionais que atuam diretamente com o aluno

Avaliação pedagógica nas diferentes áreas;

Recursos específicos de acessibilidade;

Objetivos de aprendizagem

Estratégias de ensino

Reavaliação e Replanejamento

Caso queira saber mais leia também: 

3 dicas para elaborar um PDI* que funciona! 


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