As aulas irão começar, e agora?

08/02/2022
Imagem: 2 crianças de costas com mochilas
Imagem: 2 crianças de costas com mochilas

Medo, insegurança, ansiedade, são alguns adjetivos que a grande maioria das famílias (principalmente as mães) de estudantes com deficiência ou com transtornos têm quando as aulas vão iniciar, não é mesmo?

Mas....você já perguntou ao seu filho(a) o que ele(a) está sentindo?

Estamos aqui para ajudar e orientar nos primeiros dias de início de ano letivo.

Vamos lá!


Conhecendo a Escola e a Equipe

Você se sentirá mais segura(o) agendando com a coordenação pedagógica ou com a equipe de direção da escola um "bate papo".

Fale de sua ansiedade, suas dúvidas em relação a volta presencial à escola, pergunte qual sala de aula ele(a) estará e quem será sua professora.

Pergunte se na escola há acessibilidade aos ambientes, por exemplo:

- Se seu filho(a) é cadeirante e a aula de artes é no segundo andar, existe elevador ou a escola se reorganizará para que a aula de artes seja transferida no mesmo andar que a sala de aula do seu filho(a)?

Se seu filho(a) faz uso de fraldas, há trocador no banheiro da escola? 

Agende também uma visita a escola para que seu filho(a) conheça os ambientes onde irá permanecer durante o período de aula.

Estabelecendo parcerias

É importante a troca de informações da família com a escola e da escola com a família, quanto mais "comunicação" entre as partes melhor serão as condutas e formas de lidar com situações que podem vir acontecer.

Explique sobre a deficiência dele(a), como interagir, as dificuldades que ele(a) apresenta em relação a socialização, ao movimentar-se, o que pode e não pode fazer, se é alérgico a algum alimento, bebida, material escolar, se apresenta pouca tolerância em ambientes fechados, entre outras questões.

É muito importante que a escola conheça o estudante que irá receber para organizar o acolhimento, os apoio e os recursos adequados.

Profissional de Apoio ou medidor escolar

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146 de 2015) prevê o direito ao estudante com deficiência ou com transtorno do espectro autista:

XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;

Mas é importante ressaltar que nem todo estudante com deficiência ou transtorno do espectro autista irá precisar de um profissional de apoio, por isso estabelecer  um comunicação com a escola e sempre avaliar: a necessidade do apoio, em que momento e como podemos trabalhar para que o estudante tenha mais autonomia.

Esse profissional irá acompanha os estudantes que não conseguem realizar as atividades de sala de aula, que precisam de ajuda para tomar lanche ou ir ao banheiro sozinho.

Mas lembrando que na sala de aula onde seu filho(a) irá estudar possa a ter outro estudante com deficiência e que também necessite do profissional de apoio e desta forma a professora irá se organizar para que o profissional de apoio permaneça atendendo além de seu filho(a) outros estudantes também.

Em algumas escolas há o CUIDADOR que é diferente do PROFISSIONAL DE APOIO.

O cuidador não acompanha seu filho(a) nas atividades pedagógicas, apenas o ajuda na alimentação, higiene e locomoção para outro ambiente da escola. Ele não permanece dentro da sala de aula.

Converse com seu filho, com sua filha

Converse com seu filho(a) de como será bom estar na escola, que irá conhecer novos amigos, irá aprender muito e terá muitas historias para contar ao chegar em casa.

Mas meu filho(a) ainda não fala... como faço?!

Cada criança se comunica da forma que aprendeu, certo? 

Seja oralmente, apontando para a pasta de comunicação alternativa, seja com olhar, sorrisos, choros, demonstrações que sentiu em seu primeiro dia de aula.

Que tal utilizar um jogo para conversar sobre as emoções?

Você poderá utilizar as cartas para ampliar a comunicação através do apontamento, por exemplo pergunte como ele está se sentindo ao voltar da escola?

- Feliz? Cansado? Triste? Com sono? mostre as cartas e estimule que ele aponte ou pegue a carta escolhida.

Se imprimir duas vezes cada página, você poderá utilizar como jogo de memória, onde é preciso achar as cartas iguais.

Seja positiva e expresse sua alegria! 

Seu filho está crescendo e precisa conhecer novos lugares, novas pessoas para que se adapte e perceba o quanto ele(a) irá aprender!!

Mas o mais importante de tudo é a parceria entre a escola e família para que a criança se sinta protegida, acolhida e feliz!

Profª: Lucineia Mangerona Fukuzaki
Profª: Lucineia Mangerona Fukuzaki

Profª: Lucineia Mangerona Fukuzaki

Especialização em Tecnologia Assistiva ,Projetos e Acessibilidade pela UNESP

Especialização em Atendimento Educacional Especializado pela UEM
Pedagoga com Habilitação em Deficiência Física
Pós graduação em Mídias da Educação pela UFSJ
Pós graduação em Psicopedagogia pela Universidade da Aldeia de Carapicuíba
Atua em sala de recursos para alunos com deficiência física desde 2000.