Como entender o diagnóstico clínico do meu aluno?
Fabiana Leme de Oliveira

Confusos com nomes complicados e com muitas dúvidas.
É assim que nos sentimos muitas vezes na escola, quando recebemos os relatórios médicos de alunos com deficiência ou com transtorno do espectro autista.
Mas como compreender melhor o diagnóstico dos alunos na educação inclusiva e como isso pode colaborar no dia a dia de sala de aula?
Pensando nisso separei algumas orientações importantes para auxiliar professores e gestores da escola na compreensão dos relatórios clínicos e sua importância na escola.
Não se assuste com nomes complicados ou siglas desconhecidas
Siglas, nomes complexos e códigos de condições clínicas são um desafio para compreensão do que realmente o aluno têm.
Mas é importante lembrar que o diagnóstico clínico é uma referência para médicos e terapeutas sobre o diagnóstico, tratamento e prognóstico.
Você já ouviu falar em CID?
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde foi desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de monitorar a incidência de doenças, através de uma padronização universal das doenças, problemas de saúde pública, sinais e sintomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais. Atualmente está em vigor a CID-10, mas já há uma revisão que entrará em vigor em Janeiro de 2022, a CID-11.
Na escola temos alunos, não pacientes

Esse é um ponto bastante importante: O diagnóstico clínico é importante, mas na escola é preciso considerar o indivíduo além do seu diagnóstico.
Compreender as diferentes patologias e condições de nossos alunos, com certeza auxilia nossa prática, pois precisamos conhecer diferentes formas de desenvolvimento (típico e atípico) para conduzir o processo de aprendizagem do aluno, com segurança.
Muitas vezes buscamos nos profissionais da área clínica repostas para como realizar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos com alguma deficiência ou com algum transtorno. De fato, os profissionais da área da saúde contribuem muito com nosso olhar, mas quem realmente conhece o processo de aprendizagem do aluno dentro do contexto de sala de aula é o professor.
Mesmo diagnóstico, pessoas diferentes
A classificação das diferentes condições humanas em códigos e tabelas não consegue determinar como cada indivíduo irá se desenvolver. Muito além da classificação clínica, fatores como o ambiente, predisposições genéticas e estimulação influenciam no desenvolvimento global de cada indivíduo.
Isso também se aplica à Educação Inclusiva. Cada aluno traz consigo uma história e somente após vivenciar as experiências escolares é que saberemos como ele vai se desenvolver e quais apoios necessitará.
Trabalho em parceria
Histórica e socialmente os conhecimentos clínicos apresentam um status social diferenciado de outras áreas de atuação.
Não existe uma hierarquia entre os conhecimentos de clínicos e de professores. Cada qual têm saberes diferentes e atuam com uma mesma pessoa: o aluno.
Quanto mais a parceria e o compartilhamento de saberes se estabelecer entre escola e clínica, mais o processo da inclusão escolar se qualifica.
Quem realmente conhece o desenvolvimento pedagógico desse indivíduo é o professor em sala. Minimamente convivemos por 200 dias letivos, durante 4 horas por dia em média. Observamos e intervimos em situações coletivas, propondo diferentes desafios ao indivíduo para sua inclusão social.
Essa dinâmica precisa ser considerada e os professores precisam ser fortalecidos com formação continuada para qualificar sua atuação e assim poderem ampliar a parceria com os profissionais clínicos que acompanham esse aluno, trocando saberes e estabelecendo uma escola realmente inclusiva.
Aproveite os comentários para trazer suas reflexões, suas dúvidas e sugestões de temas.

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