Como implementar o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) na prática pedagógica?

14/09/2021

Profª Jacqueline Lidiane de Souza Prais

Imagem: Fundo azul e os seguintes títulos - Educação Inclusiva; Práticas Pedagógicas; Recursos Didáticos; Recursos Humanos; Estrutura Física;
Imagem: Fundo azul e os seguintes títulos - Educação Inclusiva; Práticas Pedagógicas; Recursos Didáticos; Recursos Humanos; Estrutura Física;

A estrutura física acessível, a formação dos profissionais da educação, os recursos didáticos adequados e a prática pedagógica que satisfaça as necessidades de aprendizagem de todos os estudantes são considerados os aspectos essenciais para a educação inclusiva.

Assegurar o direito de todos à educação desencadeou inúmeras preocupações e inquietações para sua efetivação, para além das intenções legais.

Dentre elas, a organização de escolas inclusivas e é nesse ponto que a abordagem do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) tem sido referenciada para esse processo de planejamento curricular voltada aos desafios da efetivação da inclusão educacional.

 Mas afinal, o que é o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA)?

Imagem azul com títulos: Universal Design for Learning (UDL) Desenho Universal para aprendizagem (DUA); Desenho - Orientação; Universal - Princípios; Aprendizagem - apropriação do conhecimento
Imagem azul com títulos: Universal Design for Learning (UDL) Desenho Universal para aprendizagem (DUA); Desenho - Orientação; Universal - Princípios; Aprendizagem - apropriação do conhecimento

Primeiros conceitos

A abordagem curricular proposta pelo DUA é uma resposta científica aos desafios para implementação da Educação Inclusiva.

O DUA objetiva auxiliar os professores e demais profissionais da educação na busca pela organização de escolas inclusivas planejadas e pensadas desde o currículo.

O DUA assume como princípios norteadores: 

  • I) possibilitar múltiplas formas de apresentação do conteúdo,
  •  II) oferecer múltiplas forma de ação e de expressão da aprendizagem pelo estudante e, 
  • III) promover a participação, o interesse e o engajamento na realização das atividades pedagógicas.

Vamos investir em práticas pedagógicas inclusivas?

Ao conhecer a abordagem curricular do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) logo os professores evidenciam em seus princípios o suporte para planejar suas atividades, elaborar recursos didáticos acessíveis, bem como promover uma prática pedagógica condizente com as necessidades de aprendizagens de seus estudantes.

Assim, é preciso entender que, numa abordagem de educação subsidiada por essa perspectiva, a diversidade e a diferença entre os estudantes são vistas como orientadoras das práticas pedagógicas, da organização dos objetivos, materiais, métodos e da avaliação do professor, que visam à aprendizagem e ao envolvimento de todos em sala de aula. 

Inclusivo desde o planejamento

Com efeito, ao planejar, os professores devem prever e prover múltiplas formas de apresentação do conteúdo, de expressão do aluno, diante de sua aprendizagem e da participação dos alunos em relação ao conteúdo. 

Tais elementos permitirão que as áreas de reconhecimento, a estratégica, a de envolvimento e engajamento sejam ativadas durante a aula, ao possibilitar à aprendizagem possível a todos, diante de suas especificidades e necessidades.

Nessa perspectiva, os princípios e as estratégias norteadores do DUA possibilitam que o docente defina seus objetivos, crie recursos pedagógicos e formas de avaliação que se moldem a todos os alunos, com base em três questões básicas que guiam e avaliam seu planejamento de ensino desde o Projeto Político Pedagógico da escola, o Plano de ensino e Plano de aula do professor.


Mas como implementar os princípios do DUA no plano de aula?

Fonte: Prais (2016)

" O que da aprendizagem"

Ao elaborar o planejamento o professor deve agregar diferentes e diversas formas de apresentar esse conteúdo a ser ensinado a seus alunos.

A primeira pergunta que guia essa elaboração é: o conteúdo está sendo apresentado de diferentes formas? Para tanto, o professor potencializa o acesso ao conteúdo mostrando o que os alunos estão aprendendo e vão aprender a partir de exposições orais, exemplos, esquemas, imagens, perguntas, diálogo, exposição de ideias, entre outras formas que permitem que o aluno identifique "o que" da aprendizagem.

Lembrando que para determinados alunos que apresentam deficiência o conteúdo deve ser apresentado por meio de recursos acessíveis, pois temos alunos surdos que necessitam de recursos visuais e de que as comunicações orais sejam traduzidas em Libras, de igual forma os alunos cegos necessitam de recursos específicos de natureza sonora, tátil, em Braille ou via computador. 

 As outras deficiências e transtornos, também apresentam outras especificidades que também devem ser levadas em conta nesse momento e nos demais passos que serão descritos a seguir.

O "como da aprendizagem"

A segunda pergunta que norteará a elaboração das atividades contidas no planejamento propõe: Durante a realização das atividades, são possibilitadas aos alunos diferentes formas de expressar aquilo que sabem ou que estão aprendendo do conteúdo? 

Desse modo, o professor apresenta oportunidades para que o aluno participe ativamente da aula e seja coautor desse processo de ensino e de aprendizagem exprimindo suas ideias e suas aprendizagens durante a aula. 

Assim, o professor pode utilizar a construção de diálogos com os alunos, exposição oral e escrita das ideias, atividades em grupo e/ou individual, organização das ideias em esquemas, imagens e conceitos, entre outras maneiras que se adeque ao conteúdo e ao objetivo que foi definido para aquela aula.

 Aqui o aluno precisa identificar o "como" da aprendizagem e o professor perceber como e o que os alunos estão aprendendo.

O "porquê da aprendizagem"

Por fim, a terceira e última pergunta básica para a planificação das atividades por meio dos princípios do DUA permite problematizar: de que forma é possível estimular e despertar o interesse e a motivação para o envolvimento dos alunos? 

Dessa maneira, essa última questão está articulada as duas primeiras mostrando que as questões e os princípios didaticamente são apresentados de modo separados, mas eles compõem uma rede conectada e dependente entre si visando o acesso ao currículo, à aprendizagem, superando as barreiras de aprendizagem. 

Comumente, professor nesse momento deve priorizar o "porquê e para que" os alunos estão aprendendo isso, ou seja, destacar a importância da aprendizagem, do conteúdo para formação educativa de seus alunos.

Depreendemos que, esse desenho pedagógico, subsidia a elaboração e a construção do planejamento de atividades condizentes com os modos diversos de aprendizagem, apresentados pelos alunos em uma sala de aula. Dessa maneira, o planejamento docente permeado por princípios inclusivos, amplia as possibilidades de aprendizado por meio da planificação de atividades coletivas que atendam às necessidades de aprendizagens dos alunos, de modo mais acessível à aprendizagem dos alunos com e sem deficiência.

Portanto, a partir dessa perspectiva, reconhecemos que os alunos são diferentes e apresentam modos diferentes de aprender um conteúdo e, dessa maneira, havendo ou não alunos com deficiência ou dificuldades de aprendizagem em sala de aula, o DUA fortalece o processo de mudança significativa no sistema educacional, ao almejar ser inclusivo.

Vamos pensar em possibilidades didáticas de ensinar o currículo para todos os estudantes?

A seguir indico a você algumas produções científicas que exemplificam possibilidades de implementação do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) na prática pedagógica.

PRAIS, J. L. S. Formação inclusiva com licenciandas em Pedagogia: ações pedagógicas baseadas no Desenho Universal para a Aprendizagem. 431 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza) - Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza (PPGEN), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Londrina, 2016. Link de acesso: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1910

PRAIS, J. L. S. Formação de professores para o desenvolvimento de práxis inclusivas baseadas no Desenho Universal para a Aprendizagem: uma pesquisa colaborativa. 2020. 300 fls. Tese (Doutorado em educação) - Centro de Educação, Comunicação e Artes, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2020. Link de acesso: https://www.ppedu.uel.br/pt/mais/dissertacoes-teses/teses/category/4-2020

PRAIS, J. L.S.; SANTOS, K. P.; SANTOS, A. F.; VITALIANO, C. R. Uso de recurso de tecnologia assistiva em proposta didática para a planificação do conteúdo de fotossíntese. In: OLIVEIRA, J.; MIURA, R.; FREITAS, F. BLANCO, M. OLIVEIRA, E. (Orgs). Tecnologias educacionais como suporte para a inclusão escolar. São Carlos / SP: Castro, 2020. Link de acesso: https://editoradecastro.com.br/produto/tecnologias-educacionais-como-suportes-para-a-inclusao-escolar/


PRAIS, J. L. S. Das intenções à formação docente para a inclusão: Contribuições do Desenho Universal para a Aprendizagem. Curitiba: Appris, 2017.

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Jacqueline Lidiane de Souza Prais

Pedagoga. 
Especialista em Educação Especial e Inclusiva e em Políticas Públicas para a Educação. 
Mestra em Ensino. 
Doutora em Educação.


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