É melhor manter o professor do ano anterior? Inclusão Escolar

12/02/2019

Fabiana Leme de Oliveira 

A organização escolar é fundamental para uma boa inclusão de alunos com deficiência ou com TEA* e neste momento muitas escolas se fazem uma pergunta: É melhor manter o mesmo professor do ano passado com este aluno?

Olhando rapidamente esta pergunta, é claro que respondemos: Sim, é melhor manter o professor, a professora que já conhece este aluno e já desenvolveu estratégias em sua didática.

Mas, vamos fazer algumas considerações e pensar sobre este tema.

Muitas vezes, receber um aluno com deficiência ou TEA* nos traz muitas incertezas, pois nem sempre temos uma formação específica para atuar com este aluno.

Muitos professores e professoras vêm, ao longo dos anos, procurando se informar e conhecer sobre as peculiaridades do ensino inclusivo. É fato que os sistemas de ensino ainda não oferecem esta formação continuada de forma a contemplar a todos os profissionais e por isso muitos estão despreparados.

desenho de uma mão fechada com polegar para cima
desenho de uma mão fechada com polegar para cima

Mas quais seriam as vantagens de se manter o mesmo profissional com este aluno:

  • O professor ou professora já teria estabelecido uma rotina com o aluno, facilitando a adaptação;

  • A continuidade do desenvolvimento pedagógico, pois, o professor ou professora já teria acompanhado o desenvolvimento deste aluno no ano anterior;

  • Se houve um bom relacionamento entre família e professor ou professora, a permanência traz segurança e continuidade ao trabalho;

A primeira vista apenas vantagens, correto? Como tudo na vida, há pontos desfavoráveis que precisamos considerar:

  • A mudança faz parte do nosso contexto e nem sempre conseguiremos manter o mesmo profissional ano, após ano, então o aluco precisa aprender a se adaptar;

  • Mudança são desafiadoras para a escola, para os alunos e para as famílias mas são nestes momentos que aprendizados valiosos são conquistados. Quando limitamos as mudanças, limitamos o aprendizado;

  • Muitas vezes uma boa adaptação entre professor ou professora e seu aluno nem sempre é sinal de aproveitamento pedagógico, de desenvolvimento de habilidades e competências. Muitas vezes é somente o resultado de uma acomodação de comportamento, de adequação;

  • A escola deve oportunizar diversas experiências ao aluno, e muitas vezes limitar ao convívio a um único professor que "tem mais jeito" com o aluno, limita suas experiências e muitas vezes sobrecarrega o professor ou professora;

  • Permanecer muito tempo com um único profissional na escola pode limitar a avaliação geral das habilidades e competências deste aluno, afinal é na diversidades de olhares que reside a riqueza do processo de ensino e aprendizagem.

desenho de mão fechada com polegar para baixo
desenho de mão fechada com polegar para baixo

Então o que fazer? Como respaldar o professor ou professora que estará com o aluno com deficiência ou TEA* na sala de aula, este ano? Seguem algumas dicas importantes:

  • Informação: é fundamental que o professor ou professora receba um relatório qualitativo do trabalho desenvolvido no ano anterior com este aluno, informando seu desenvolvimento, as estratégias que foram positivas, as dificuldades, quais orientações que foram dadas à família enfim um histórico detalhado;
  • Formação: É preciso que os sistemas de ensino ou a escola forneçam conteúdos formativos relevantes para que este profissional possa desenvolver seu trabalho. Garantir este momento de forma coletiva também é importante para preparar TODOS os professores e professoras para atuar com este aluno;
  • Rede de apoio para o professor ou professora; A escola precisa se organizar de forma a garantir apoio em momentos específicos.Em momentos de crise quem auxiliará o professor ou professora?
  • Censo de coletividade. O aluno é da escola e não somente do professor. Em casos de dificuldades na adaptação, a EQUIPE ESCOLAR deve estabelecer estratégias para apoiar o professor ou professora, o aluno e a turma, propondo diferentes estratégias nos momentos da entrada, dos horários coletivos, do lanche e das atividades recreativas.

*Transtorno do espectro autista 

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Fabiana Leme
Fabiana Leme

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